A escola é, acima de tudo, um espaço humanizador. Sua missão vai além da transmissão de conhecimentos científicos acumulados ao longo da história. Ela é um ambiente de acolhimento, intervenção e desenvolvimento das habilidades sociais e emocionais. É dentro dela que se constroem relações coletivas, que, por sua natureza, geram uma série de desafios e conflitos humanos. Portanto, a escola não pode temer essas situações, pois elas fazem parte de sua essência. Conflitos e desafios são características profundamente humanas e devem ser vistos como oportunidades de crescimento e aprendizado.
Quando se trata de situações de bullying, a escola tem um papel fundamental. Ela não deve aceitar o bullying como algo inevitável ou como um dado fixo. Ao contrário, cabe a ela intervir, promover avanços e trabalhar na formação e no fortalecimento de todos os envolvidos. O bullying nunca deve ser visto de forma simplista, como uma questão de “certo” ou “errado”, de quem está certo ou quem está errado, dependendo do lado que se toma. Ao contrário, em qualquer situação de bullying, pelo menos duas pessoas estão envolvidas em um processo complexo.
Se a escola é, de fato, um espaço formador, ela precisa se preocupar com todos os atores envolvidos nesse processo. Isso significa olhar com atenção tanto para a criança ou o adolescente que sofre o bullying, que, muitas vezes, se encontra em uma situação de vulnerabilidade, como também para aquele que pratica a agressão. O primeiro precisa de um suporte para resgatar sua autoestima, fortalecer-se emocionalmente e superar o trauma causado pela violência, exclusão e perseguição. Já o agressor necessita de intervenções múltiplas, que o ajudem a compreender os impactos de suas ações e a refletir sobre os motivos subjacentes a esse comportamento.
Nesse processo, a escola deve atuar com empatia e responsabilidade, reconhecendo que todos os envolvidos têm sua história, suas dificuldades e suas necessidades. Dessa forma, o trabalho pedagógico e emocional torna-se essencial para promover não apenas a resolução do problema do bullying, mas também a formação de um ambiente escolar mais saudável, inclusivo e respeitoso para todos.
No Colégio Gabarito, adotamos uma abordagem ampla e integrada para enfrentar os desafios do bullying e do cyberbullying. Nossas ações incluem leituras, rodas de conversa, estudos de caso, acompanhamento individualizado, orientação às famílias, palestras, campanhas de conscientização e formações continuadas. O objetivo é atuar de forma preventiva, promovendo o fortalecimento dos vínculos entre os alunos e consolidando uma Cultura de Paz — um valor que, assim como qualquer aprendizagem significativa, precisa ser constantemente cultivado e ampliado.